Observando as pessoas, seus comportamentos e atitudes, percebe-se que na verdade ninguém sabe verdadeiramente onde está indo. Estão desesperadamente tentando vender ideias do que elas gostariam que fossem.
As pessoas se escondem por traz de uma filosofia própria de vida, uma ideia, “uma intenção” que seja boa para si mesmo, na esperança que aquela ideia após aceita pelos grupos ou sociedade em que vive se torne uma realidade confortável, que não vá de encontro com sua filosofia.
Não entendam mal, não estou aqui querendo dizer que as pessoas sejam más. Apenas defendo a ideia de que ninguém faz coisa alguma sem esperar nada em troca!
As pessoas podem ser boas sim, mas lá no fundo há um ego, grande ou pequeno, que quer ter razão, ou sentir-se menos culpado por algo, seja pela fome mundial, a pobreza, a sua imagem na sociedade, a sua situação em reação ao seu próximo, ou apenas o quanto se sente pequeno ou grande diante da vida e das pessoas.
Algumas dessas pessoas são frágeis e apenas agem na intenção de se auto defender, em outras palavras, de sobreviver no meio. Seu lema é: “Um dia de cada vez”. Outras são fortes e manipuladoras, seu ego é tão grande que não consegue enxergar as pessoas que são deixadas pelo chão ao longo de seu caminho, em busca de suprir seu egoísmo e superar as expectativas que tem em relação a si mesmo, aos outros e suas potencialidades.
E tem aquelas que acreditam que tudo vai dar certo no final, ignoram a visão panorâmica da “coisa toda”, ignoram o instinto ou sentimento em relação ao que está acontecendo no presente e preferem não pensar no amanhã. Essas vivem consumidas pelo hoje como se a vida não fosse continuar amanhã. Entregues ao mundo e suas necessidades, ignorando a verdade e suprimindo a esperança, medo, dores e angustias.
Esses padrões acima são os aceitáveis pela sociedade. Se você não tem o mínimo de egoísmo ou senso de autopreservação, você é excluído do meio. Você se torna uma pessoa fragilizada, doente, desprovida de inteligência necessária “burra” ou incapaz de lidar com situações que exigem ausência de emoção.
A uma necessidade extrema para a tal busca pela realização, em ter que deixar as emoções de lado e seguir o caminho da razão. Ignorar o sentimento, esmagá-lo, fingir que ele não está lá! … você passa a desconhecer esse sentimento! E é assim que se cria um ser humano para viver de acordo com suas necessidades sociais, tirando deles a sensibilidade, intuição, medo e suprimindo as experiências negativas, que se teve no decorrer da vida para que isto não atrapalhe seu desenvolvimento em novos experimentos futuros.
Autor: Solange P. Muracami