
Uma quantidade enorme de pneus ao relento coloca em risco grande parte da população de Jaru, no tocante a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus transmissores de uma série de doenças, entre elas dengue, chikungunya e zika.
O local em que estão descartados os pneus é um antigo ECOPONTO, criado através do Decreto nº 7.316 de 22 de março de 2012, que disciplinou o recolhimento de pneus descartados e seus derivados junto aos estabelecimentos comerciais.
O ECOPONTO, tem como objetivo desenvolver ações conjuntas visando à preservação do meio ambiente através do recebimento e destinação de pneumáticos inservíveis e seus derivados gerados no município.
Os usuários do ECOPONTO são todas as empresas que comercializam, reformam ou consertam pneumáticos e estocam pneus inservíveis, bem como todo cidadão que de forma contínua ou esporádica estoca pneus inservíveis.
As responsabilidades do município de Jaru com o ECOPONTO são:
- Estocar adequadamente os pneus entregues pelo usuário;
- Destinar a ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, ou a um dos seus associados autorizados por ela, os pneus inservíveis toda vez que os estoques atingirem 2000 (duas mil) unidades de pneus de veículos leves ou 300 (trezentas) unidades de pneus de veículos pesados;
- Fazer o controle dos estoques.
O Decreto de criação do ECOPONTO foi revogado pelo prefeito João Gonçalves Silva Júnior (PSDB), através do Decreto nº 11.522 de 22 de fevereiro de 2019 que extinguiu o local de destinação de pneus do município.
O atual terreno, considerado agora, como depósito clandestino para pneus, pertence, segundo informações, ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
Em 2019 a Prefeitura de Jaru deveria ter eliminado todos os pneus de acordo com o parágrafo único do Decreto nº 11.522/GP/2019:
Parágrafo único. A Secretaria Municipal de Infraestrutura, Agricultura e Meio Ambiente – SEMINFRAM deverá providenciar a devida destinação dos pneus inservíveis depositados no ECOPONTO, liberando o imóvel até utilizado para/tanto para atendimento das necessidades da Administração.
Desde 2019 os moradores próximos do extinto ECOPONTO, sofrem com alta incidência de ocorrências provocadas por vetores transmissores de doenças que levam à morte e a situações graves de saúde como a microcefalia.
Em 2022 o índice de infestação predial do mosquito Aedes aegypti em Jaru, de acordo com dados epidemiológicos oficiais é de 13,3% e do mosquito Aedes albopictus é de 1,5%, um total de 14,8%.
Isso representa um ALTO RISCO de transmissão de .dengue, chikungunya e zika.
O extinto ECOPONTO, localizado a Avenida JK, próximo ao Centro de Convenções Jose Carlos da Silva – Juca, na Linha 605, é o principal responsável pela infestação dos vetores e casos confirmados de doenças relacionadas nos bairros Savana Park, Setor 05 e Jardim dos Estados.
Para se ter a noção do perigo, apenas um pneu com água acumulada pode gerar cerca de 200 mosquitos da dengue.
Diante da gravidade e aumento de casos confirmados e suspeitos de dengue, já foram realizados em Jaru cerca de 14 bloqueios, que é a ação extrema de tentativa de controle e, que pode chegar a um total de 21 ainda esta semana.
Lamentavelmente, a secretária municipal de saúde de Jaru, Tatiane de Almeida Domingues, dificultou o acesso do site Portal RM, a informações oficiais sobre o aumento de casos de dengue, o controle da infestação de vetores e orientação à população, no dia 23/03, quando o Jornalista Robert Muracami, em visita ao setor responsável pela epidemiologia de Jaru, conversou com a coordenadora da vigilância epidemiológica e solicitou dados atualizados do trabalho de prevenção e controle da dengue, chikungunya e zika em Jaru.
Após a solicitação de autorização para entrevista e repasse de informações e orientações à população, feita pela coordenadora da vigilância epidemiológica de Jaru, a mesma recebeu ordens da secretária de saúde de Jaru, para exigir do Jornalista uma formalização de solicitação de pedido de dados.
Diante desta possível irresponsabilidade deste setor epidemiológico, o Jornalista Robert Muracami visitou o local do extinto ECOPONTO e constatou um provável crime ambiental cometido pela administração da Gestão e Eficiência do prefeito João Gonçalves Silva Júnior (PSDB) e vice-prefeito Jeverson Luiz de Lima (MDB) com o apoio dos vereadores de Jaru somada ao desrespeito das recomendações de praxe do Ministério Público do Estado de Rondônia.
ASSISTA AO VÍDEO
Dos 23 bairros e 04 distritos de Jaru, 17 deles apresentam grande presença dos mosquitos transmissores da dengue, chikungunya e zika.
A população aguarda a utilização do conhecido fumacê para o controle dos vetores, mas, de acordo com o Ministério da Saúde o mesmo foi considerado ineficaz para impedir a proliferação dos mosquitos e foi substituído pela nebulização em forma de neblina com a bomba costal.
O processo de bloqueio localizado é feito mediante notificação do profissional de saúde de caso suspeito ou confirmado, que ao chegar ao setor de epidemiologia acionará o controle de endemias para o combate. É feito da seguinte forma: na casa notificada será feita o bloqueio e em mais 9 quadras circunvizinhas.
Só será realizado o bloqueio de forma generalizada em toda à cidade, caso se perca o controle de aumento dos casos de dengue, chikungunya e zika.
Com o objetivo de eliminar os focos do mosquito Aedes Aegypti, a prefeitura de Jaru, iniciou o monitoramento e fiscalização nas residências do município.
Desta vez, durante a fiscalização os moradores serão orientados e notificados, caso não cumpram com a determinação de manter os quintais limpos poderão ser penalizados.
Mas, desde 2019 ocorre provável crime ambiental e se multiplica criadouros dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus no extinto ECOPONTO, responsável pelos casos de dengue, chikungunya e zika em grande parte da cidade, adoecendo a população. QUEM IRÁ PENALIZAR A PREFEITURA DE JARU E INDENIZAR OS PREJUDICADOS PELA OMISSÃO DO PREFEITO?

DENGUE
A dengue é causada por um arbovírus, que é um vírus transmitido por meio de picada de insetos, sendo esse o caso do vírus causador da dengue e também do vírus causador da zika e da chikungunya.
O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4. Vale destacar que, de acordo com o Ministério da Saúde, “cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele”.
A dengue é uma doença transmitida, nas Américas, pela picada do mosquito chamado Aedes aegypti. O Aedes albopictus é outro transmissor potencial do vírus da dengue.
Os sintomas da dengue costumam aparecer de 3 a 15 dias após a pessoa ser picada por um mosquito infectado com o vírus. A doença dura de dois a sete dias e costuma se manifestar de uma forma mais fraca na primeira ocorrência (dengue clássica), podendo evoluir para casos mais graves, inclusive a morte, a partir de uma segunda infecção (dengue hemorrágica).
Dengue clássica
Os principais sintomas da dengue clássica são:
- febre maior de 38,5°C com início súbito;
- dores musculares intensas;
- dor ao movimentar os olhos;
- mal-estar;
- náuseas e vômitos;
- moleza no corpo;
- cansaço extremo;
- falta de apetite;
- dor de cabeça;
- manchas vermelhas no corpo.
Dengue hemorrágica
No início da doença, os casos de dengue hemorrágica são iguais aos da clássica. No entanto, após o desaparecimento da febre, o quadro clínico pode se agravar rapidamente com manifestações de insuficiência circulatória e choque que podem levar ao óbito em menos de 24h. Os principais sintomas são:
- dor abdominal intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acumulação de líquidos;
- sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
- aumento progressivo do hematócrito;
- queda abrupta das plaquetas;
- pele pálida, fria e úmida;
- sonolência, agitação e confusão mental;
- sede excessiva e boca seca;
- pulso rápido e fraco;
- dificuldade respiratória;
- perda de consciência.

CHIKUNGUNYA
A febre chikungunya é uma doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:
1- Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias
2- Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses.
3- Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da doença, considera-se instalada a fase crônica.
Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos.
Quais são os sinais e sintomas da chikungunya?
- Febre.
- Dores intensas nas articulações
- Dor nas costas
- Dores pelo corpo.
- Erupção avermelhada na pele
- Dor de cabeça.
- Náuseas e vômitos.
- Dor retro-ocular
- Dor de garganta
- Calafrios
- Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).
IMPORTANTE: É possível que se desenvolva manifestações atípicas no sistema nervoso, cardiovascular, pele, rins e outros.

ZIKA
Tudo começa pela infecção pelo vírus que é transmitido em humanos por mosquitos Aedes, incluindo o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, que também transmitem a dengue e a chikungunya.
Se uma mulher for picada por um mosquito infectado e ficar infectada, o Zika pode atravessar a placenta e infectar o feto.
Enquanto qualquer pessoa pode contrair Zika, mulheres grávidas correm maior risco devido à potencial microcefalia fetal e outras anomalias neurológicas.
Pode ocorrer transmissão via relação sexual. A transmissão tem sido predominante percebida de homens infectados para suas parceiras do sexo feminino durante a relação sexual vaginal. Além disso, um homem pode infectar outro homem ou uma mulher através da relação sexual anal.
Os sintomas deste vírus geralmente são leves, com febre, erupções cutâneas e dores nas articulações.

Fonte: Robert Muracami



































































