ASSÉDIO MORAL NO CAMPUS DO IFRO EM JARU
No IFRO – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, Campus de Jaru, há denúncias de que um determinado professor teria assediado moralmente alunos no ambiente escolar. De acordo com os relatos, o professor se dirigia aos alunos com palavras de forma grosseira, desrespeitosas, com xingamentos, dentre outras palavras chulas. As denúncias tiveram seu início em 2018.
As providências cabíveis sobre o caso foram tomadas pelo Campus. Porém, pelo visto, de forma bastante morosa, uma vez que, até o momento, não se tem um resultado sobre o caso. O que se sabe é que os alunos, vítimas do assédio moral, já concluíram seus estudos na instituição de ensino, mas é possível que o professor denunciado por assédio moral, continue trabalhando no Campus sem que, até o momento, tenha sido feita a necessária apuração dos fatos.
A denúncia de assédio moral no Campus do IFRO de Jaru ocorreu em 2018, o que chama a atenção quanto a morosidade na apuração dos fatos. Diante da conduta de apuração morosa, traz a sensação de impunidade e de que, apesar da gravidade e consequências aos alunos, a instituição apresenta grave indícios de prevaricação em nome do politicamente correto.
É preocupante constatar que foi necessário alunos do Campus do IFRO Calama de Porto-Velho terem que expor, da forma mais vexatória possível, casos graves de assédio moral e sexual contra os estudantes dentro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia para alertar as autoridades.
As consequências psicológicas e emocionais em estudantes vítimas de assédio moral e sexual ficam para sempre, e o que os alunos exigem é que casos como estes sejam apurados de forma mais célere e os culpados punidos.
Consequências do assédio moral
As consequências do assédio moral podem ser graves. Elas afetam o indivíduo assediado, o ambiente de trabalho e a sociedade.
Para o indivíduo:
- Dores generalizadas;
- Palpitações;
- Distúrbios digestivos;
- Dores de cabeça;
- Hipertensão arterial (pressão alta);
- Alteração do sono;
- Irritabilidade;
- Crises de choro;
- Abandono de relações pessoais;
- Problemas familiares;
- Isolamento;
- Depressão;
- Síndrome do pânico;
- Estresse;
- Esgotamento físico e emocional;
- Perda do significado do trabalho;
- Insônia:
- Fobias:
- Suicídio;
NOTA OFICIAL DO IFRO CAMPUS DE JARU
“Ao ter conhecimento das denúncias, prontamente a unidade do IFRO Campus Jaru procedeu com a abertura de processo administrativo para a devida apuração dos fatos, visando a sua elucidação acerca da conduta do servidor, conforme prevê o devido processo legal.
De acordo com a previsão regimental da instituição, o processo foi remetido para a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – CPPAD, entendendo que o caso em comento não se trata de matéria administrativo-correcional por inexistirem elementos mínimos de convicção, mas que, nos termos do Art. 5º inciso VII e Art. 6º, inciso II da resolução nº 81/REIT – CONSUP/IFRO e decreto presidencial nº 1.171/1994 da República Federativa do Brasil, traz em seu bojo indícios de desvio de conduta ética, onde recomendou o encaminhamento para a Comissão de Ética, para a verificação da existência de falta ética por parte do servidor no caso apresentado.
Cumpre ressaltar, que o processo encontra-se em andamento seguindo o seu rito normal desde o conhecimento dos fatos, com a realização de procedimentos de acompanhamento e apuração dos fatos, com a garantia do contraditório e ampla defesa.
Por fim, o IFRO reforça que todas as denúncias de eventuais desvios de conduta que venha a ocorrer nas dependências das suas unidades, assim que tomado o conhecimento são devidamente apuradas, e destaca ainda, a disponibilização de canais institucionais para o recebimento de denúncias anônimas.”
MATEUS GOMES DOS SANTOS
Diretor Geral Substituto (Portaria nº 100/2018)
ALUNOS DENUNCIAM IMPORTUNAÇÃO SEXUAL E ASSÉDIOS NO IFRO; INSTITUTO DIZ QUE APURA CASOS
Um grupo de estudantes realizou um protesto em frente ao Ifro Calama em Porto Velho. Cartazes estampavam frases como: “Queremos aulas, não assédio!” e “Não é não”. Instituição diz que repudia quaisquer atos de assédio e declarou que todas as denúncias assim que comunicadas, são apuradas e investigadas.
Alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro), em Porto Velho, denunciaram casos de assédios físicos e morais por parte de servidores da instituição. As denúncias são apuradas pela Comissão Permanente de Procedimentos Administrativos Disciplinares do Ifro.
Uma estudante conversou com o g1 na quinta-feira (4/11) e explicou que o mais recente caso teria ocorrido na última semana no Campus Calama. Segundo ela, um servidor assediou uma aluna nas dependências da unidade.
Depois desse caso, um grupo de estudantes realizou um protesto em frente à instituição na última quarta-feira (3). Cartazes estampavam frases como: “Queremos aulas, não assédio!” e “Não é não”.
“Esse é um local que a gente deve ir para estudar, se sentir acolhido, mas com essas situações, o aluno pode não se sentir seguro em ir para a escola”, disse.
Segundo os próprios alunos, além dos abusos físicos há relatos de casos de assédio moral, sendo a maioria das vítimas meninas e menores de idade.
“Hoje estamos lutando por nós, atuais alunos do Ifro, pelos alunos que já saíram do campus que não tiveram coragem ou não puderam denunciar e também pelos alunos que virão estudar depois de nós”, comentou uma estudante.
Alunos ouvidos pelo g1 citaram que parte dos casos de assédios não chegam aos departamentos responsáveis por ajudar os estudantes, pois muitos têm medo de denunciar.
“O medo é das pessoas não acreditarem neles ou até ter vergonha dos pais. Do que os outros vão pensar”, comentou um aluno.
Para os organizadores do protesto, formalizar a denúncia por meio de boletins de ocorrência e comunicar à instituição é importante para investigar e penalizar criminalmente os assediadores. Em fevereiro do ano passado, um homem de 24 anos foi preso suspeito de estuprar um estudante de 15 anos na quadra esportiva do Ifro.
Consequências do assédio sexual
As consequências que o assédio sexual deixa no corpo e na mente das vítimas são extremamente graves, causando sofrimento intenso. Algumas destas consequências listamos aqui:
- solidão
- crises de choro
- insônia
- tristeza profunda
- desânimo
- náuseas
- Essas e tantas outras doenças físicas e/ou mentais chegam a colaborar até mesmo com um dos atos mais desesperados, como o suicídio.
NOTA OFICIAL DO IFRO
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), ao considerar o relato de assédio e a mobilização de estudantes promovida em frente ao Campus Porto Velho Calama, vem a público repudiar quaisquer atos de assédio e reforçar seu apoio à comunidade acadêmica para apuração de possíveis casos e providências cabíveis no âmbito administrativo e civil.
A denúncia recebida no dia 26 de outubro no referido campus já está sendo apurada pela Comissão Permanente de Procedimentos Administrativos Disciplinares.
Todas as denúncias de importunação e assédio sexual, ou qualquer forma de abuso que venha a acontecer dentro das unidades do IFRO, assim que comunicadas, são apuradas e investigadas por meio de Sindicâncias Investigativas e Processos Administrativos Disciplinares (PADs). Se comprovada a prática ilícita por algum servidor, a penalidade é aplicada conforme a Lei 8.112/90, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais.
O Instituto reforça que realiza trabalho preventivo por meio de Ouvidoria, Comissão de Ética e Comissão Permanente de Processos Administrativos, divulgando o Código de Ética do Instituto e discutindo ações e medidas junto aos estudantes e servidores.
Reitera-se que são disponibilizados canais institucionais para recebimento de denúncias anônimas sobre comportamentos indevidos de servidores e é ofertado apoio psicoeducacional com equipes multidisciplinares em todas as unidades.
Ressalta-se ainda a importância do registro de boletim de ocorrência junto à polícia e canais oficiais como a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, a fim de que agressores sejam investigados e penalizados criminalmente no âmbito civil.
O enfrentamento ao assédio sexual e moral deve ser permanente, com amplo amparo às vítimas e responsabilização efetiva de infratores. O IFRO apoia a manifestação em prol da conscientização sobre o assunto, assim como o incentivo à denúncia e o fortalecimento das políticas de prevenção e combate ao assédio, prezando pela ética, dignidade e segurança de todos os seus alunos, servidores e colaboradores.
Fonte: Robert Muracami e g1.com