Rondônia apresentou uma queda de 58,7% nas inscrições confirmadas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, com relação à edição de 2020. Ao todo, 28.705 pessoas pagaram a inscrição – o menor número registrado em pelo menos cinco anos.
Dos 24 municípios com inscrições, Porto Velho lidera o ranking com 12.001 candidatos, seguido por Ji-Paraná com 2.323 e Cacoal com 1.938.
Números de inscritos no Enem 2021 em Rondônia por municípios
Município | N° de inscritos |
Alta Floresta do Oeste | 283 |
Alto Paraíso | 122 |
Alvorada D’Oeste | 267 |
Ariquemes | 1758 |
Buritis | 348 |
Cacoal | 1938 |
Cerejeiras | 311 |
Colorado do Oeste | 265 |
Espigão D’Oeste | 573 |
Guajará-Mirim | 1193 |
Jaru | 1048 |
Ji-Paraná | 2323 |
Machadinho D’Oeste | 381 |
Mirante da Serra | 248 |
Monte Negro | 140 |
Nova Brasilândia | 237 |
Ouro Preto do Oeste | 662 |
Pimenta Bueno | 560 |
Porto Velho | 12.001 |
Presidente Médici | 346 |
Rolim de Moura | 1307 |
São Francisco do Guaporé | 301 |
São Miguel do Guaporé | 349 |
Vilhena | 1744 |
A queda vertiginosa no número de candidatos acompanha o panorama nacional. Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que em todo Brasil o número de inscritos é o menor desde 2005.
Inicialmente, 40.692 pessoas solicitaram a inscrição em Rondônia e apenas poucos mais da metade chegou a pagar a taxa de R$ 85. Considerando que todos os anos há abstenções, a quantidade de pessoas vão realmente fazer a prova pode ser ainda menor.
A pós-doutora em educação, Rosangela Hilário, diz que não é muito difícil analisar o motivo das desistências.
“A última coisa que as pessoas estão pensando nesse momento é em dar continuidade aos estudos superiores. As pessoas estão pensando em como vão sobreviver, como é que elas vão comer, como é que elas vão pagar as suas contas”, analisa.
Segundo Rosangela, muitos alunos, sobretudo os de baixa renda, viam na universidade uma oportunidade de melhorar a condição de vida através do conhecimento é impossibilitado de correr atrás do sonho, muitas vezes porque precisa ajudar a família financeiramente.
Outro possível causa apresentada pela professora é a falta de credibilidade, principalmente após a realização da prova em meio à protestos feitos por pais, professores e alunos que pediam o adiamento por conta da crise instaurada pela pandemia da Covid-19. “Foi o Enem mais bagunçado que já se viu desde que o exame passou a existir”, opina.