Artigo
O ESTUPRO, NÃO CAUSA APENAS UMA DOR PESSOAL, É UMA DOR SOCIAL
‘’No Brasil, um estupro é registrado a cada 8 minutos, 85% das vítimas são mulheres, em 70 % dos casos a vítima é criança, ou vulnerável, quase 84% dos estupradores são conhecidos das vítimas”.
‘’CADA CASO, É UM CASO” porém muitos casos são idênticos; o que então se entende, é por que não apreciados da mesma maneira, com o mesmo rigor.
Hoje quando falamos tanto em relação a insegurança jurídica, é exatamente porque podemos sentir claramente de que algumas pessoas que cometem um ato ilícito, recebem um tratamento; outra que cometeu o mesmo ato, recebe um outro tipo de tratamento.
Quando criticamos alguns julgamentos por parte do poder judiciário, convenhamos que o mesmo vai de acordo com as leis, se não deveria assim ser, lembrando que estas são elaboradas, e aprovadas pelo poder legislativo.
Me chamou por demais atenção o pedido de uma moção de repúdio, para um apresentador de um programa televisivo em um outro município em virtude do mesmo ter abordado o tema estupro, colocando em parte a culpa nos pais, que vestem suas filhas de maneira não muito adequada, deixando as mesmas participarem de festinhas, ou ainda passearem pela cidade com roupas digamos curtas, expondo seu corpo, o que não deveria ser se quer mencionado, afinal todos têm o direito de usarem roupas como se sintam bem, não podemos nem pensar que pelo simples fato de uma mulher expor mais seu corpo, seja motivo para o indivíduo se quer ser motivado a pensar em estupro.
Mas o que me faz escrever rapidamente sobre este assunto, é que aqui em Jaru, já tivemos um apresentador de um programa jornalístico de uma determinada emissora que disse o mesmo, e que por incrível que pareça mesmo com o conhecimento de uma das legisladoras, não se viu a época uma só palavra na tribuna da câmara municipal de Jaru, questionando tais declarações, muito pelo contrário teve seu nome posto em uma lista para receber o título de cidadão honorário Jaru; aprovado pelos nobres edis daquela casa, fato que chamou atenção até pelo tempo de residência do mesmo nas terras dos Jarus.
Dois outros fatos dentro do que foi abordado referente a nota de repúdio, é que as três outras representantes (mulheres) não se posicionaram, o que na realidade causou estranheza face a estúpida declaração do apresentador, devendo-se levar em consideração outra nota de um dos nossos nobres vereadores, de que em função de sua fé, não se sentia confortável para repudiar.
Jesus em seu ministério julgou, repudiou, e nos ensinou a julgar, é uma questão apenas de se aprofundar um pouco mais em seus ensinamentos, agora nos ensinou a julgar com justiça, isto sim, sem cometer injustiças, apenas isto.
Nada no mundo justifica uma pessoa ser estuprada, portanto é responsabilidade de toda sociedade, de todos os órgãos representativos de nossa gente, mais ainda nossos representantes políticos se posicionarem contra esta prática de crimes, e violência contra as mulheres.
No mundo globalizado que vivemos, nada impede que possamos repudiar ações que venham de encontro aos bons costumes, ao respeito, ao amor ao próximo, independente de onde possa ocorrer, assim deve ser; e melhor seria se os pacotes enviados para estudos da reforma administrativa contendo mais de mil páginas, fossem amplamente discutido por suas excelências, ao invés de ser aprovados tão rapidamente, afinal ali estavam leis e reformas de leis, mexendo com toda estrutura funcional do poder público do município; onerando, ou não os cofres públicos, tratava-se de uma reforma que deveria ser muito bem discutida com a sociedade.
Fonte: José Élcio Moreira – Jornalista