Dezenas de famílias se uniram no lixão municipal de Humaitá (distante 700 quilômetros de Manaus), na quarta-feira (12/01), para desenterrar as cinco toneladas de frango que haviam sido apreendidas pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), por estarem sendo transportadas fora da temperatura correta de armazenamento. Por solicitação da Adaf, a prefeitura de Humaitá abriu uma vala no lixão da cidade para o descarte do frango apreendido, o que provocou verdadeira corrida ao local. Na expectativa de garantir um frango para a refeição, dezenas de pessoas invadiram o lixão público.
De acordo com a coordenadora da Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsav) de Humaitá, Nislene Molina, a carga havia saído de Rondônia e tinha como destino o município amazonense de Canutama, a 638 quilômetros de Manaus.
“Os fiscais da Barreira de Vigilância Agropecuária abordaram o caminhão-baú e constataram que o veículo transportava 5.080 quilos de frango sem refrigeração e sem nota fiscal. O material foi apreendido para posterior destruição, visto que o produto estava impróprio para consumo”, detalhou.
A carga foi levada ao lixão municipal, e o descarte teve apoio do maquinário da Prefeitura de Humaitá. O transportador foi autuado, sendo aplicada uma multa de R$ 300.
A Adaf alerta que qualquer produto de origem animal que esteja fora da temperatura de armazenamento tem alto risco de causar infecção alimentar, com dores e desconfortos abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e febre, entre outros sintomas.
Com a notícia da apreensão da carga que se espalhou nas redes sociais, um grande número de pessoas invadiram o lixão municipal e desenterraram os frangos e levaram para consumo. A secretaria municipal de saúde do município, informa que está de plantão no hospital municipal para um possível surto de infecção intestinal.
Homens e mulheres de todas as idades não pararam de cavar e, com o uso de pás improvisadas, encheram as suas sacolas com frangos descartados no lixão, cercados de insetos e urubus.
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Fonte: Robert Muracami, Tudo sobre o interior e Manaus