A monilíase, causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é uma das mais sérias doenças do cacaueiro, infectando os frutos em qualquer fase de desenvolvimento e, em condições favoráveis, pode causar perdas de até 100% da produção
Com o aumento do trânsito de pessoas na fronteira amazônica, inclusive com a construção de rodovias ligando esta região aos países onde a doença ocorre a exemplo do Peru, o risco de introdução dessa enfermidade aumentou bastante, colocando o Brasil em alerta.
Nas regiões onde a monilíase se instalou, a sua ação tornou-se mais destrutiva do que a causada pela vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa), doença que provocou uma catástrofe na Região Cacaueira do Sul da Bahia, eliminando mais de 250 mil empregos diretos e reduzindo a produção de cacau a 25%.
O potencial de inóculo por fruto é elevado. Um fruto doente pode produzir cerca de sete bilhões de esporos na superfície da lesão necrosada. A característica pulverulenta dos esporos do fungo, facilita a dispersão natural pelo vento, ou por meio de respingos de chuva das lesões esporulantes para outras plantas, podendo alcançar 1 km de distância.
A dispersão a grandes distâncias entre regiões e/ou países ocorre por intervenção humana principalmente pelo transporte de frutos infectados. Os esporos podem sobreviver até 9 meses em qualquer material: ferramentas, sapatos, roupas, equipamentos, veículos e contêineres, artigos regulamentados, como sacarias e embalagens de acondicionamento de produtos vegetais que porventura foram infestados com esporos provenientes de países onde a doença ocorre.
A IDARON – Agencia de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia, alerta para caso haja algum fruto com suspeita da doença, não se deve tocar ou retirar o fruto da planta. O correto é isolar o local e comunicar o caso a agência IDARON.
“Esta doença já está no Acre. Rondônia está em estado de Alerta Fitossanitário. A IDARON está desenvolvendo várias ações visando manter as áreas de cacau e cupuaçu de Rondônia livre deste grave problema. Pedimos a atenção de todos os produtores rurais para este comunicado. Pedimos também a colaboração dos produtores, notificando à IDARON, os casos suspeitos de monilíase do cacaueiro”, destacou Marcos Ferreira Alves, Fiscal Estadual Agropecuário
Para prevenir qualquer foco da praga em Rondônia, a Agência Idaron continua investigando Monilíase em áreas de risco fitossanitário, em todo o Estado. Na região de divisa com o Acre, no distrito de Nova Califórnia, em Porto Velho, fiscais agropecuários da Agência realizam um levantamento minucioso, buscando verificar a possibilidade de ocorrência do fungo em propriedades rurais e urbanas.
Também foi feita a publicação da Portaria IDARON n° 481, de 2021, proibindo a entrada, no estado de Rondônia, de material vegetal proveniente de estados onde a praga Moniliophthora roreri está presente. O ingresso desse material só será permitido se estiver acompanhado de documento que comprove a origem e que atenda a certificação, quando exigido por norma federal. A IDARON intensificou ainda as ações de fiscalização do trânsito interestadual entre Rondônia e Acre.
Os casos suspeitos podem ser notificados à IDARON através dos seguintes canais de atendimento em Jaru, na Rua Florianópolis, 2621 – St. 3, no horário de atendimento ao público de segunda à sexta das 07:30 à 13:30 horas, nos telefones 3521 1535 ou 9 9241 6084.
A Agencia de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia disponibiliza o Disque IDARON 0800 64337 e o Disque denúncia 0800 704 9944.
Fonte: Robert Muracami