Em 2002 o Corpo de Bombeiros de Rondônia (CBM-RO) deixou de ser uma corporação inteiramente masculina e abriu 15 vagas para mulheres. Uma delas foi ocupada por Daniele Cristina Ferreira. Duas décadas depois, ela se tornou a primeira mulher coronel do estado — a patente máxima da hierarquia militar.
A cerimônia de promoção aconteceu no fim da última semana, no 1º Grupamento do CBM-RO, em Porto Velho. Aos 40 anos, a coronel comemora a conquista carregada de representatividade.
“Os meus sentimentos eu resumo em três palavras: gratidão, honra e felicidade. Eu me sinto muito feliz e honrada especialmente por ser essa representante do efetivo feminino do Corpo de Bombeiros”.
Depois de alcançar a patente máxima, ela diz que se sente determinada a representar com maestria toda a equipe feminina que vai de soldado, cabo, sargento e agora a coronel.
“Eu sou mais uma que está passando essa mensagem: lugar de mulher é em qualquer lugar. Na verdade a gente não tá ‘tomando lugares’ eu acho que a gente está ocupando lugares que já são nossos”, aponta.
Da coincidência ao amor
Apesar de estar entrando na terceira década na corporação, Cristina contou ao g1 que o início como bombeira foi uma “coincidência”, sem muitos planos ou expectativas.
“Na época eu entrei na faculdade de psicologia. Eu estava no segundo ano e a minha família não era abastada, eu não tinha condições de “só estudar”. Então decidi que ia procurar alguma coisa para fazer paralelamente com a faculdade”, relembra.
No mesmo ano, o CBM-RO lançou o primeiro concurso público com 15 vagas de soldado para mulheres. Cristina resolveu participar da seleção e ocupou o topo da lista.
“Apesar de ter me formado em psicologia hoje eu não me vejo em outra carreira que não seja no Corpo de Bombeiros”.