
Um posto de combustível foi interditado durante operação da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra o garimpo ilegal na Terra Yanomami, em Roraima. A reserva é a maior do país e, nos últimos anos, enfrenta a maior devastação causada pelos exploradores de ouro, cassiterita e outros minérios.
O posto fechado fica na vila Reislândia, em Alto Alegre, no Norte o estado. A localidade fica na região do Paredão e dá acesso ao “Porto do Arame”, rota usada por garimpeiros. A interdição ocorreu na última quarta-feira (25/05). Agentes apreenderam 18 mil litros de gasolina na ação.
O estabelecimento operava de forma irregular, sem licença da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Os garimpeiros eram os principais clientes do local.
A interdição do posto ocorreu durante uma série de ações da PF e do Ibama de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Em uma dessas fiscalizações ocorreu a operação Nicodemos e um homem foi preso em flagrante com munições de revólver calibre 38, de calibre 12 e uma pequena quantidade de ouro.
O suspeito, também investigado por ameaçar indígenas com arma de fogo, foi preso no sítio dele. A propriedade também fica em Alto Alegre e na rota de um dos principais portos clandestinos que suportam a exploração ilegal de minério na Terra Yanomami.
Retomada de operações
No último dia 25, a Justiça Federal determinou o retorno das operações para retirada de garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami. A ordem foi determinada à União, ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Fundação Nacional do Índio (Funai), após pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Desta forma, as ações de fiscalização devem continuar até que todos os invasores sejam retirados na reserva. A Hutukara Associação Yanomami, a mais representativa organização deste povo, estima que há 20 mil garimpeiros na reserva.
“A retirada dessas pessoas é uma coisa é emergencial como, inclusive, o Ministério tem defendido em várias ações. Temos muitas ações aqui, na Justiça Federal em Roraima, que trata especificamente disso. Já com determinação da retirada desses garimpeiros. Então, essa são uma das nossas maiores preocupações. Essa medida tem que ser efetivada para ontem, temos defendido e denunciado há muito tempo”, explica o procurador Matheus Bueno, um dos autores da ação movida pelo MPF.