O Brasil detectou o primeiro caso de Moniliophthora roreri (Monilíase do Cacaueiro), em uma área urbana do município de Cruzeiro do Sul (AC). Até então a praga era considerada quarentenária ausente no país. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) declarou o estado do Acre como “área sob quarentena”. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5), por meio da Portaria nº 372 e busca conter o espalhamento da doença.
A declaração, feita para todo o estado do Acre, implica na proibição do trânsito de materiais vegetais (frutos, plantas) hospedeiros da praga (espécies do gênero Theobroma e Herrania) provenientes de todo o estado para as demais unidades da federação.
“Essa é uma medida cautelar, que visa prover um maior suporte para as ações de fiscalização do trânsito de vegetais, executadas pelas Agências Estaduais de Defesa Agropecuária, com vistas a evitar a dispersão da praga para as áreas livres do país, principalmente para as áreas de cultivo de cacau e cupuaçu”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro.
O status de “área sob quarentena” para todo o estado permanecerá vigente até que sejam concluídos os trabalhos de delimitação da área exata da ocorrência da praga e estruturadas as medidas previstas de prevenção e erradicação da praga previstas no Plano Nacional de Prevenção e Vigilância de Moniliophthora roreri.
A monilíase é uma doença devastadora que afeta, principalmente, plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.
O Mapa alerta que devido ao seu potencial de danos às culturas que atinge é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas de ocorrência da praga nas demais regiões do país às autoridades fitossanitárias locais.
Na América do Sul, a praga já se encontra presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. O potencial de dano é maior do que o da vassoura de bruxa, que dizimou grande parte da produção de cacau na Bahia e fez o Brasil despencar no ranking de produtores.
A Bahia e o Pará como os principais produtores de amêndoa de cacau do Brasil, responsáveis por, aproximadamente, 95% de toda a produção nacional. Uma pequena parcela é produzida por estados como o Espirito Santo, Rondônia e Minas Gerais.
Rondônia entra ‘em estado de emergência’ para conter doença do cacaueiro
Rondônia entrou em ‘estado de emergência‘ por causa de uma praga que atinge lavouras cacaueiras. A medida é portaria do Ministério da Agricultura, e está em vigor desde a quinta-feira (5/08).
A medida fitossanitária tem o objetivo de facilitar possíveis ações preventivas a serem tomadas por produtores, que visa conter a Monilíase do Cacaueiro (Moniliophthora roreri), que foi detectada pela primeira vez no Brasil no município de Cruzeiro do Sul (AC), que faz divisa com Rondônia.
João Paulo De Souza Quaresma, coordenador de vigilância e controle de pragas da Idaron, não existe caso confirmado da Monilíase do Cacaueiro em Rondônia.
As ações de vigilância, mantidas pelo Governo de Rondônia, por meio da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), para prevenção do fungo Moniliophthora roreri, causador da monilíase do cacaueiro, continuam intensificadas na região de divisa entre Rondônia e o Acre. A estratégia para levantamento de detecção do fungo inclui ainda o cadastramento de pontos de área de risco, prioritariamente nas áreas urbanas dos municípios rondonienses.
Também será realizado levantamento cadastral de comerciantes de amêndoas de cacau, com objetivo de controlar a origem e o destino das amêndoas adquiridas pelo mercado regional. A medida visa ainda obter informações sobre a qualidade e os procedimentos adotados no recebimento e armazenamento das amêndoas.
Em conformidade a essas estratégias, será publicada uma cartilha com orientações sobre biossegurança para instituições que recebem visitas de pessoas oriundas de estados onde a praga está presente. “Paralelo a isso, será dada continuidade às ações de apoio ao controle do foco de monilíase no estado do Acre. Equipes de dois servidores, que irão se alternar na região, com programação até dezembro de 2021, participarão do trabalho de contenção e erradicação da praga na região acreana e fortalecerão as atividades para evitar a entrada da praga nas lavouras de Rondônia”, informou o engenheiro agrônomo João Paulo de Souza Quaresma, coordenador do programa de vigilância e controle de pragas da Idaron.
Segundo ele, os servidores que participam dessas ações cumprem um protocolo de biossegurança, inclusive com assinatura de termo de compromisso para execução de procedimentos relacionados a biossegurança no retorno ao estado.
O que é a monilíase do cacaueiro?
A monilíase é uma doença devastadora que afeta, principalmente, plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.
O Ministério alerta que, devido ao seu potencial de danos às culturas, “é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas de ocorrência da praga nas demais regiões do país às autoridades fitossanitárias locais.”
Na América do Sul, a praga já está no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru.
Fonte: agrolink.com.br, g1.com e rondonia.ro.gov.br