A Prefeitura de Jaru, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social – Semdes, iniciou em fevereiro de 2021 a campanha “Não dê esmola, dê dignidade”, que visa conscientizar a população sobre a importância de não dar esmolas a pessoas em situação de rua.
Ocorre que, campanhas como esta, de acordo com o padre Júlio Renato Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo na Arquidiocese de São Paulo, esse tipo de peça publicitária incentiva os cidadãos a não darem dinheiro, mas chamarem as autoridades para lidar com a pessoa em situação de rua.
A questão é que a esmagadora maioria dos municípios não está preparada para ajudar essa parcela da população da forma mais adequada. Ainda mais na situação atual do país, que vive uma crise econômica grave que atinge cada vez mais brasileiros.
Em publicação no Instagram, o padre Júlio Lancellotti acusa a Prefeitura de Jaru de ter nojo de pobres.
Com mais de 870 mil seguidores na rede social, o padre publicou a imagem que a Prefeitura de Jaru utiliza para a divulgação da campanha “Não dê esmola, dê dignidade”, com o seguinte destaque: “Aporofobia. Jaru.RO”
Para o padre Lancellotti, “esmola é uma questão de foro íntimo, que não deveria ser tutelada ou orientada por governantes de plantão”.
A palavra deve ser nova para a maioria, mas o conceito que a explica não é novidade para ninguém: aporofobia é a aversão a pessoas pobres. O termo foi cunhado pela filósofa espanhola Adela Cortina e tem sido usado pelo padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo na Arquidiocese de São Paulo, mas para denunciar o descaso da sociedade e dos governos com relação aos mais oprimidos.
Padre Júlio já denunciou situações semelhantes em cidades como o Rio de Janeiro, Florianópolis, Itajaí e em outros municípios de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Júlio Renato Lancellotti é um pedagogo e presbítero católico brasileiro. Exerce a função de pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo. Além da paróquia, o padre também é responsável pelas missas realizadas na capela da Universidade São Judas Tadeu.
Fonte: Robert Muracami